10 Anos Fora de São Paulo (2) – SP cansa!

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Quero contar neste segundo post da séries alguns casos, que certamente não são únicos, mas que certamente foram algumas das razões que me fizeram querer sair da cidade. Os temas principais, claro, trânsito e violência.

Eu e minha família fomos assaltados tantas vezes que já tinha perdido as contas – se não em engano só de carros roubados tinham sido 5 nas mais diversas ‘modalidades’, sendo algumas traumáticas, as infelizmente não incomuns entre as pessoas que conheço e outros que hoje lêem esse texto. Outros casos de stress no trânsito quase afetaram minha saúde.

Caso 1 – Roubo de nosso carro:

Noite de sábado deixando a Tati em casa somos fechados por um Astra preto; sou obrigado a jogar o meu carro (também um Astra) na calçada. Quatro pessoas armadas saem do carro, nos rendem, levam nosso carro e documentos. Péssima experiência, mas somente o primeiro de vários bizarros naquela noite.

Chegando na delegacia pra fazer o boletim de ocorrência somos impedidos de entrar. Temos que esperar outros policiais chegarem para nos revistar (?!) – existe uma espécie de “pré cela” que ficamos até ser revistados – segundo o policial que nos interrogou é procedimento “padrão” para delegacias com carceiragem devido ao receio’ de estarmos lá para ‘resgatar’ presos. Passada essa etapa digo que fomos assaltados e que levaram nosso carro e documentos:

– O carro tem seguro? Pergunta o policial.

– Tem sim. (E disse o nome da seguradora)

– Quais os dados da apólice?

– Não tenho como saber isso agora. Como disse, roubaram nossos documentos também.

– Assim o senhor não está colaborando com a gente. Preciso falar com a seguradora. O senhor sabe como é. (?)

– Não sei, mas anota meu CPF e nome completo que eles devem achar os dados

Mais de uma hora depois o policial volta dizendo que faria a ocorrência – como se a possibilidade da ocorrência estivesse atrelada ao fato de o carro ser segurado. E era mais ou menos isso. Ele depois me disse que eles recebem 10% do valor do carro da seguradora caso encontrem o veículo roubado.

Saí da delegacia somente pela manhã, com o BO com a assinatura do delegado falsificada pelo escrivão, já que ele tinha medo do que poderia acontecer como ele caso acordasse o delegado que estava dormindo na sala ao lado.

Caso 2: Roubo do carro de minha mãe e hospital de minha avó

Uma segunda vez tive que sair ‘resgatar’ minha avó no meio da rua após ela e minha mãe terem o carro roubado num semáforo perto da casa dela (da minha avó). Além do nosso carro levaram as bolsas de minha mãe e também da minha avó (com seu dinheiro e documentação obviamente) e ela ficou assustada, com taquicardia e dificuldades de respiração. Além disso assaltaram também o mendigo cego que pedia dinheiro no mesmo farol – pra tornar a cena ainda mais bizarra.

Pego minha avó, já com a pressão muito baixa e quase inconsciente, e a levo para o hospital de nossa confiança. Chego na emergência do hospital, ajudo minha avó a sair do caro e se sentar rapidamente … e a seguinte conversa com a atendente ocorre:

– Carteirinha do convênio e identidade da senhora.

– Ela acabou de ser assaltada e, obviamente, levaram seus documentos e dinheiro!

– Bom, não tenho como dar a entrada então.

– Pelo amor de Deus, vai atendendo minha avó enquanto vou na casa dela ver se tem algum outro documento por lá.

– Não posso senhor.

Não sei quantas pessoas fraudam entrada em hospitais particulares dessa maneira pra fazerem um protocolo como esse. Não sei também se esse protocolo mudou, já que isso ocorreu há mais de uma década atrás. Mas só conseguimos ser atendidos, por muita sorte, porque um dos médicos do hospital reconheceu minha avó (que esteve lá na semana anterior com problemas de pressão) e também lembrou seu nome – acho que ficou gravado na memória do médico por ser um nome libanês muito incomum. Ele pediu então pra atendente proceder com o cadastro e ela foi rapidamente atendida. No final não precisei mostrar documento algum.

Caso 3: Pagar para não ter o carro roubado.

Um de meus amigos de escola havia começado a se meter em algumas atividades criminais, infelizmente. Cometeu algum ‘erro’ e foi assassinado. Vou em sua missa de sétimo dia – em uma região de periferia razoavelmente perigosa por assim dizer. Estaciono no que parecer ser um estacionamento da própria igreja – assim que abro a porta do carro já vejo um grupo de pessoas com facas vindo na minha direção. Antecipo-me e vou na direção deles fazendo cara de perdido e tentando pedir alguma informação (não sei o que me deu na cabeça):

– Por favor, por favor … Vocês conhecem o (falei o nome de meu amigo que foi assassinado)? Sabem se é aqui que está sendo a missa dele?

– Conhecemos sim. (um deles respondeu assustado).

– Obrigado. Vocês poderiam, por favor, cuidar do meu carro? Não me parece muito confiável o lugar aqui. Deixo 50 conto com vocês.

– Beleza …

Caso 4: Bronca e multa do CET

Não me lembro bem o nome das ruas da região, mas estudava na USP à noite e trabalhava na Eusébio Matoso perto da marginal pinheiros. Da avenida do Jóquei tem uma pequena entrada para a Eusébio Matoso – perto justamente de uma saída da própria Eusébio para a própria marginal. Por conta disso é (pelo menos era) sempre uma confusão e um trânsito absurdo. Enfim, nesse dia em especial não havia vazão nenhuma da avenida para a Eusébio por mais de uma hora (!). E havia um fiscal do CET justamente lá sem fazer nada – Em minha opinião ele não deveria permitir que o cruzamento estivesse sempre bloqueado. Ele teria a função de dar vazão também para o outro lado e ele nada fazia por lá.

Uma hora depois – já havia perdido minha aula nessa altura – os motoristas ao meu redor começam a passar para o outro lado da avenida e começam a dirigir na contra-mão! O caos estava instalado e uma pequena batida já havia acontecido. Desço do carro e vou em direção ao fiscal reclamar (não muito educadamente) e explicar o caos que havia começado na avenida. O cara perdeu o controle e começou a me xingar sem parar.

Resultado: Fiquei mais 40 minutos parado e ainda tomei uma multa. Aparentemente não posso “abandonar” o veículo em “movimento” em uma via.

Caso 5: A gota d’água.

Quando não se consegue mais agir racionalmente devido ao ambiente em que se está – quer dizer que já passou a hora de dele sair.

Um desses momentos foi eu fugir de mais um assalto num semáforo. Um cara armado parou do meu lado e resolvi arrancar o carro – algo que, racionalmente, sempre havia dito que não o faria.

Num segundo momento na mesma semana, sou novamente abordado por dois garotos com canivetes. Olho no retrovisor do carro e não há ninguém atrás de mim. Engato à ré e arranco. Vejo os garotos no meio da rua e arranco na direção deles. Por sorte não os atropelo. Arrependeria-me pra sempre se tivesse ‘conseguido’. Já não podia ficar mais lá. Senti claramente que tinha de ir embora.

Fim de julho de 2005 recebo uma boa proposta de trabalho e me mudo para Porto Alegre.

10 anos Fora de São Paulo (1)

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Tive 10 anos pra pensar no que escrever em único post quando esse dia chegasse … e não consegui ser conciso de forma alguma.

Resolvi então fazer uma série deles tentando abordar coisas boas e ruins da cidade.

De qualquer forma a foto a seguir já dá o tom de como será a conclusão desta série:

sao paulo

Um ano de Austrália! Coisas que dão saudades.

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Há exatamente um ano chegávamos aqui. Vou fazer um post mais sério com um balanço de tudo o que aconteceu por aqui nos últimos 365 dias, mas hoje é dia de festa, comemoração, saudades, etc. Então o post sério fica pra um futuro breve … Hoje eu quero escrever as coisas que eu mais senti falta por aqui. Curiosamente a maioria é relacionada a comida!

  • Chocotone (Aqui existe o Panetone tradicional em alguns poucos lugares, mas não de chocolate).
  • Brahma Black.
  • Sushi SEM Abacate (pra que meter abacate em tudo?).
  • Hambúrguer SEM beterraba (Qual o sentido de se colocar beterraba em sanduíches?).
  • Cachorro-quente em pão de hot-dog e não em pão de forma (Não faz nenhum sentido colocar salsicha em pão de forma).
  • Dirigir do lado certo do carro.
  • Dirigir do lado certo da rua.
  • Pagar pouco de aluguel.
  • Pagar pouco em qualquer coisa que seja.
  • Pão de queijo.
  • Pão francês.
  • Futebol na TV.
  • Pastel de feira.
  • Pizza 4 queijos.
  • Entender tudo que se fala na TV.
  • Entender tudo que se fala na rua.
  • Entender tudo que falam no trabalho.
  • Entender tudo que falam na faculdade.
  • Porteiro no prédio.
  • Faxineira.
  • Ir no shopping de noite (aqui fecha tudo 5pm. Somente de quinta-feira até 9pm).
  • Pipoca doce do Cinemark.
  • Café Colonial na serra.
  • Todos os restaurantes de São Paulo.
  • Todos os restaurantes de Porto Alegre.
  • Picanha mal passada.
  • Costelão.
  • Fraldinha / Vazio.
  • Correio que funcione.
  • Propagandas boas na TV.
  • Poder marcar consulta em médicos especialistas (Só pode se o clínico geral te encaminhar com uma carta).
  • Ir no médico e ser tratado / medicado (Acho que tudo aqui se trata com analgésico e só).
  • Morar perto de algum outro lugar do planeta.
  • E claro … todos os amigos e familiares!!!

Nosso Primeiro Natal na Austrália

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As vezes algo que não é planejado e acontece de surpresa acaba sendo muito legal. Acho que pelo simples fato de ser inesperado e de não termos muita expectativa sobre o que vai ocorrer é que as coisas acabam dando certo. Nossa noite de natal esse ano foi mais ou menos assim.

Recebi o contato de uma amiga de amiga de amiga que mora aqui em Sydney e começamos a conversar um pouco pela internet. Não tínhamos plano de passar natal juntos nem nada, até porque nem nos conhecíamos pessoalmente ainda no fim das contas, mas mesmo assim ela nos convidou para o jantar de natal na casa dela.

Nos conhecemos pessoalmente no próprio dia 24. Combinamos de nos encontrar no centro da cidade e pegar uma carona até a casa dela, que por sinal, é bem longe de onde estamos. Saindo do centro demoramos pouco mais de 1 hora para chegar lá.

O jantar aconteceu com mais algumas pessoas: uma amiga dela brasileira, uma colega de trabalho dela, que é australiana e um amigo vietnamita. Jantar bastante multi-cultural e um pessoal realmente muito legal.

Aqui na Austrália as comemorações de natal acontecem todas nos dia 25, então a ceia do dia 24 pro dia 25 só acontece mesmo nas casas que tem brasileiros pelo jeito. Mesmo as missas católicas nas igreja parece acontecer somente no próprio dia 25.

O Jantar foi ótimo, comida boa feita pela Tati, incluindo quindim! Pudemos passar bastante tempo com a Fernanda, nossa nova amiga, que nos contou tudo sobre a vida dela aqui na Austrália nos 4 anos que está vivendo aqui.

Na volta algo que infelizmente não temos coragem de fazer no Brasil, mas que aqui não nos pareceu nada ameaçador. Pegar o ônibus às 2 horas da manhã, fazer baldeação no centro da cidade às 3 da manhã e chegar em casa caminhando pouco antes das 4 horas. Tudo correndo bem e nada de ameaçador no caminho – e olha que vizinhança que a Fernanda mora não é considerada uma das mais seguras de Sydney.

Chegou a hora da viagem!

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Chegou a hora. Segunda-feira pela manhã estaremos no aeroporto de Guarulhos embarcando para Sydney. Tudo correndo bem e dentro do horário planejado devemos chegar em Sydney na noite de terça (horário local).

Quarta-feira pela manhã devemos mandar alguma notícia.

Até lá!

Oh, The Places You’ll Go!

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Nessa última sexta-feira ganhei um presente do pessoal do trabalho que me deixou muito feliz mesmo! Foi o livro “Oh, The Places You’ll Go” do Dr. Seuss. Com certeza a melhor demonstração de afeto e desejos de Boa Sorte que eu poderia receber!

É um livrinho incrível; uma historinha de alguém que está buscando coisas novas na vida e encontra não só coisas incríveis e interessantes, mas também dúvidas e percalços pelo caminho. Nunca desiste, não se acomoda e nos ensina uma grande lição.

Mas o melhor do livro estava na contra-capa: Lembranças de todos os projetos que trabalhei e mensagens de vários de meus amigos, pessoas que significam muito pra mim, me desejando sorte e coisas boas.

Confesso que o presente me pegou um pouco desprevenido. Talvez também eu esteja em uma fase um pouco mais sentimental do que o de costume por tudo que tem acontecido nos últimos tempos – muitos acontecimentos não tem sido fáceis pra mim de administrar – então sabia que tinha que deixar pra ler o livrinho somente quando chegasse em casa … senão ia começar a chorar no meio do escritório e ia ser meio fiasco! Hehe!

Mesmo lendo ele em casa não consegui terminar de uma vez só.

São presentes assim, cheios de simplicidade e carinho, que ficam marcados pra sempre na nossa memória. São momentos singelos assim em que a gente percebe que tudo valeu a pena.

Esse presente em especial significou muito pra mim. Obrigado à todos vocês do fundo do meu coração!

Sequência de Natais e Reveillons Diferentes

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Sempre costumei passar as noites de natal e ano novo em casa, mas nos últimos anos coisas diferentes vem acontecendo e tenho passado essas datas bem longe de casa.

O reveillon de 2008/09 a gente passou em Santiago.

Natal do ano passado a gente passou na Ilha de Páscoa! Achei que dificilmente ia conseguir vencer essa.

Pelo terceiro ano seguido vamos viver uma experiência diferente. Pela primeira vez vamos estar fora do Brasil, mas ainda assim em casa. Longe da família é verdade, mas mesmo assim estaremos na nossa nova casa. Espero que até o final do ano tenhamos essa questão da moradia resolvida.

A vida em 4 malas

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Como eu já tive a chance de dizer no post Passagens Compradas, um dos fatores de escolha na hora da compra das passagens certamente foi a possibilidade de levarmos 4 malas e não somente 2 malas de 23 kg como é o padrão hoje em dia.

De qualquer forma colocar 31 anos de vida em 4 malas está longe de ser uma tarefa simples. Vai ser importante ser prático e levar somente o que realmente precisamos e o que vamos utilizar daqui pra frente, mas em muitos casos é difícil demais deixar o fator emocional de lado.

Presentes de amigos e familiares, souvenirs de viagens, livros da faculdade e pós-graduação, fotos antigas e alguns objetos que temos desde criança são as coisas mais difíceis de decidir se ficam ou se vão com a gente.

Comecei a fazer minhas malas hoje e estou aproveitando esse início de calor pra já empacotar as minhas roupas de frio. Somente as camisetas de manga comprida, blusas, suéteres e agasalhos encheram a primeira mala. Isso sem contar as jaquetas e calças que não couberam! Com certeza vou ter que fazer uma revisão já nessa primeira mala. Se eu mantiver essa média vou precisar de umas 10 malas no mínimo. De qualquer forma é um começo e foi bom ter começado a fazer as malas com bastante antecedência.

E a sensação é muito diferente de uma mudança comum entre cidades aqui no Brasil. Em uma mudança “comum” é mais um cansaço pra desmontar tudo, fazer as malas, etc. Mas no fundo você tem a consciência de que tudo que está na sua casa pode ser levado para a casa nova. Em uma mudança como essa nossa não é isso que vai acontecer. Aquilo que não couber nessas 4 malas ficará pra trás.

Último mês na Dell

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Vim para Porto Alegre em julho de 2005 como consultor. Não sabia exatamente quanto tempo ia ficar por aqui, mas tinha na cabeça algo como um ano no máximo, já que era esse aproximadamente o tempo que havia ficado nas minhas duas últimas alocações: Oracle e PepsiCo.

Tanto achei que não ia ficar muito tempo por aqui que me hospedei em um flat e por lá fui ficando. Não tinha alugado um apartamento nem nada; estava só esperando o dia de ir embora de volta pra São Paulo.

Mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Em junho de 2006 acabei me tornando funcionário da Dell em tempo integral, aluguei um apartamento, a Tati veio morar comigo e por aqui ficamos desde então.

Dos meu 10 anos de carreira, mais da metadade deles passei aqui em Porto Alegre trabalhando para a Dell e agora esse ciclo está acabando. Hoje entro no meu último mês como funcionário e confesso que vai ser um pouco estranho responder a pergunta “Onde você trabalha?” daqui pra frente. 

19 de novembro, meu último dia na empresa, coloco um post completo com as coisas mais importantes que vivi aqui. Mas ainda tenho um mês pela frente e até lá ainda tenho o direito de assinar como funcionário da Dell.

Caio Maluf Schiefer
IT Business System Analyst
Dell | CORP IT

Ouro de Tolo

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” (…)Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa…

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado…

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto “e daí?”
Eu tenho uma porção
De coisas grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado… (…)”

Raul Seixas – Ouro de Tolo

Minha decisão de deixar o Brasil e ir viver na Austrália parece ter causado um certo espanto em muitas das pessoas que me cercam. Os principais argumentos que ouço são de que eu estou abrindo mão de tudo que eu conquistei no Brasil para começar uma vida do zero em um lugar distante; que muitas pessoas na minha posição não abandonariam o emprego e a estabilidade que tenho pela incerteza do desemprego em um novo país.

Não vejo dessa forma. Minhas verdadeiras conquistas estarão sempre comigo, onde quer que eu esteja. Não tenho como abrir mão delas:

  • As experiências profissionais que tive jamais serão perdidas. Foram elas que ajudaram a moldar o profissional que eu sou hoje. Sendo assim, para sempre farão parte da minha vida.
  • Minha formação acadêmica – motivo de orgulho para mim e minha família – estará sempre presente no meu caráter, no meu conhecimento e modo de agir. E estará fisicamente representada nos diplomas pendurados na parede do quarto.
  • O convívio com os amigos que conquistei ao longo dos anos também ajudou a formar a pessoa que sou hoje. Aprendi muito com todos e certamente me espelhei em vários deles. Não é porque estou morando longe que meu contato com eles deixará de existir. Hoje já estou fisicamente distante de algum deles e isso definitivamente não acabou com nosso contato e com a importância deles em minha vida.
  • Além disso, a pessoa que mais amo no mundo estará lá junto comigo.

Uma das perguntas mais clichês em entrevistas de emprego são variações de “Como você se vê em 5 anos?“. A verdade é que eu não penso dessa maneira linear; prefiro responder que meu objetivo é estar sempre o mais bem preparado possível para perceber e aproveitar novas oportunidades. Estar sempre atento às mudanças, estar profissionalmente atualizado para contribuir o máximo possível no atual momento e ser capaz propor inovações e fazer parte delas. Em 5 anos serei o melhor profissional e a pessoa mais correta que as minhas atitudes de hoje me levarem.

Foi com esse pensamento que eu procurei ter a melhor formação acadêmica possível, estudar novos idiomas, trabalhar para empresas mundialmente reconhecidas e atingir importantes certificações profissionais na minha área de atuação.

Uma janela de oportunidade então se abre para mim: um país com índices altíssimos de qualidade de vida buscando sanar uma escassez de mão de obra em uma determinada área – coincidentemente a minha – abre suas portas para profissionais do mundo todo que possuam as características e qualificações necessárias para ajudá-los a resolver esse problema.

Eu tinha os requisitos necessários. Tinha as certificações profissionais necessárias para comprovar minha qualificação em tal área. Havia conseguido também a certificação do idioma inglês por eles exigida. Como então não aproveitar essa oportunidade?

Talvez não tenha sido tão fácil de conseguir como Raul Seixas menciona na música, mas com certeza hoje tenho coisas novas para conquistar e me acomodar nesse momento seria um erro.

Deixar-se apegar por bens materiais e medir seu sucesso na vida por eles também não é correto. Não venci na vida porque tenho um carro do ano, mas sim porque hoje tenho condições de viver as experiências que me propus a buscar, de enxergar as oportunidades que me aparecem e a consciência de nunca me acomodar.

” (…) Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar… (…) “

http://www.youtube.com/v/cn0S56WPkjQ?fs=1&hl=en_US

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