Interessante observar o comportamento dos brasileiros nas diversas cidades.
Abaixo uma amostra de cidades onde Fernando Haddad venceu (à esquerda) e onde Jair Bolsonaro venceu (à direita).
Acima e em maior destaque o resultado geral no exterior.
Tudo sobre a nossa mudança e a nossa vida por aqui
30/10/2018
15/10/2018
29/04/2015
Brasil na Austrália, Curiosidades Australianas Deixe um comentário
Em janeiro muito comentou-se sobre a execução do carioca Marco Archer e principalmente sobre a postura do governo brasileiro em relação ao ocorrido. Fato é que nessa última noite mais um brasileiro, Rodrigo Gularte, foi executado pelo mesmo motivo (tráfico de drogas) e dessa vez, junto a ele, dois traficantes australianos. Focarei na diferença de atuação dos dois países em relação ao ocorrido. O texto é longo e, assim, dividirei-o em seções.
Contexto: Os “9 de Bali”
Em 2004 um grupo de 9 traficantes australianos foi preso na Indonésia. 6 dos 9 membros estão cumprindo prisão perpétua; 1 dos membros está cumprindo uma pena de 20 anos e os 2 líderes foram condenados à pena capital. Importante ressaltar que a polícia indonésia realizou as prisões devido à informações providas pela própria polícia federal australiana (AFP), o que causou enormes problemas por aqui na época. AFP tinha todas as informações sobre o grupo e poderia ter efetuado a prisão em flagrante quando do embarque do grupo à Indonésia. Optou por não fazer, por motivos que nunca foram clarificados, e deixou a polícia indonésia efetuar as prisões em Bali.
Desde a confirmação que ambos os traficantes seriam eventualmente executados o assunto dominou as manchetes e discussões na TV por aqui. E a posição do governo australiano foi clara, pedindo clemência aos dois condenados. Tal posição é compartilhada tanto por situação como oposição; suas entrevistas e declarações na câmara deixam isso claro. Líderes religiosos islâmicos (religião predominante na Indonésia) também lutavam pela clemência.
Diferentemente do Brasil, a Indonésia tem um relacionamento muito próximo com a Austrália. Não só existe um número grande de estudantes indonésios aqui, mas a Austrália oferece uma ajuda humanitária de mais de 640 milhões de dólares anualmente à Indonésia; cerca de 1 milhão de turistas australianos também visitam a Indonésia todos os anos (movimentando a economia local em mais de 1 bilhão de dólares, também anualmente). Quando do ocorrido do tsunami na costa de Sumatra em 2004, a Austrália aumentou a ajuda humanitária em 1 bilhão de dólares.
Existe também um centro de refugiados da ONU na Indonésia, de onde candidatos ao visto humanitário são processados. A Austrália é um dos possíveis destinos de tais candidatos.
Em outubro do ano passado, o presidente Joko Widodo foi eleito na Indonésia, tendo como uma das principais promessas de campanha a ‘tolerância zero’ com traficantes de droga. Por muitos anos os condenados à morte não foram executados no país. É o caso dos dois australianos e também dos dois brasileiros, presos (e condenados) todos há mais de uma década atrás.
Argumentos e Atitudes
Ambos os governos (brasileiro e australiano) posicionaram-se oficialmente da mesma maneira, pedindo clemência para seus cidadãos. Nenhum dos dois países conseguiu o resultado esperado, mas a diferença de postura e argumentação tem que ser ressaltada.
Os argumentos brasileiros vieram, principalmente, após a execução de ambos os brasileiros, em forma de nota oficial. Dois foram os principais argumentos e ambos não se suportam em minha opinião:
Atitudes desastradas se seguiram com a questão da credencial não entregue ao embaixador e ameça indonésia de cancelamento de compra de aviões da Embraer.
Do lado australiano os argumentos foram focados na reabilitação dos condenados. Ambos atuam na comunidade indonésia, ensinando inglês e artes; um deles também virou uma espécie de pastor e pregava para os outros condenados. Vale lembrar que a clemência não é o cancelamento da pena; eles não ficariam em liberdade em caso de perdão presidencial; apenas não seriam executados.
O segundo argumento foi a questão da cooperação entre os países, inclusive na questão da prevenção do tráfico de drogas. Estreitar essas relações é mais importante que executar os condenados.
Em um último momento o governo Australiano ofereceu pagar todos os custos futuros relacionados ao encarceramento de ambos, mas nada disso impediu os fatos bizarros que se sucederam.
A pressão, tanto da imprensa australiana como do governo, em cima dessa questão foi muito grande e ambos os lados se irritaram. O presidente indonésio nem chegou a ler e considerar a questão da clemência (no dia marcado pra isso em corte) e negou o pedido imediatamente. O primeiro-ministro australiano ‘jogou na cara’ o auxilio humanitário quando do tsunami e ameaçou diminuir a ajuda anual.
A questão foi tomando proporções maiores e o governo indonésio protagonizou um verdadeiro ‘show’ ao transferir os dois prisioneiros para a ilha onde foram executados. Um contingente gigantesco de policiais e aparato foi usado para levar os dois ao aeroporto, com transmissão ao vivo e entrevistas sendo dadas em inglês, deixando muito claro à quem estavam se dirigindo. Chegando lá o show político ficou ainda maior, com o avião sendo escoltado por quatro caças até seu destino.
Na noite de ontem a execução ocorreu sem que as autoridades australianas fossem formalmente notificadas. Hoje às 7 horas e 30 minutos da manhã, tanto o primeiro-ministro como a ministra das relações exteriores fizeram pronunciamentos indicando que o embaixador australiano seria trazido de volta ao país para consultas.
Críticas à ambos
Tanto os casos dos traficantes brasileiros como os australianos ocorreram há mais de uma década. Nesse período muito pouco fizeram ambos os países para que seus cidadãos não fossem executados; somente quando as execuções tornaram-se eminentes é que resolveram agir com mais veemência. Vale lembrar que na última houve o caso de um francês, também condenado à morte, teve seu pedido de clemência aceito.
Chavões e Lugares Comuns
É sempre chato ouvir análises de uma situação complexa como essa com frases feitas, chavōes repetidos sem muito pensar. Vamos à alguns:
21/07/2014
Brasil na Austrália, Curiosidades Australianas 5 Comentários
Não é possivel para brasileiros doar sangue na Austrália, pelo fato de virmos de um país onde existe Doença de Chagas.
Quando chegamos na Austrália quase 4 anos atrás, já tinha conseguido essa informação no site da Cruz Vermelha. De uns meses pra cá, essa informação deixou de constar no site e resolvi tentar agendar minha doação de sangue. No momento da entrevista me foi dito que não poderia doar por conta de ter nascido no Brasil.
Resolvi então pesquisar alguns motivos e pelo que pude encontrar:
As alternativas são a doação de plasma e o cadastro como doador de medula óssea.
Para que se possa doar plasma é necessário que você tenha doado sangue pelo menos uma vez nos últimos dois anos. Como não doei sangue em tal período – e não posso doar por ser brasileiro – a alternativa foi fazer a doação de sangue si, mesmo sabendo que o sangue não seria aproveitado. Segundo a Cruz Vermelha, esse é o processo para garantir que você consiga doar sangue e não tenha nenhum tipo de reação.
A doação de plasma é muito mais demorarda; o processo todo dura quase duas horas. Essa doação inicial de sangue é uma oportunidade pros dois lados avaliarem se querem/poder passar pelo processo de doação de plasma.
O cadastro para ser doados de medula óssea é a outra alternativa. Como o processo em si, em caso de você efetivamente se tornar um doador, eles exigem que você leve todo o material pra leitura em casa, preencha os formulários calmamente e, em um outro momento, volte para efetuar o cadastro. Não sei se o processo no Brasil é igual ao daqui.
05/02/2014
Brasil na Austrália Deixe um comentário
Uma das coisas que sempre me causou inveja viajando pela América Latina é a facilidade com que ocorre o intercâmbio cultural entre os países de língua hispânica, justamente por conta do idioma comum. Não é raro poder assitir programas de televisão ou ouvir músicas nas rádios que sejam de outros países que compartilham a mesma língua. Esse fenômeno é visível desde a literatura até programas populares como o Chaves, que tive oportunidade de assistir em televisão aberta, sem dublagens ou legendas (pode parecer óbvio, mas voltarei à esse ponto mais pra frente) em pelo menos três países diferentes.
Facilidade de intercâmbio ainda maior se encontra entre os países de língua inglesa.
O mundo acontece em inglês – sem dúvidas.
Basta ligar a televisão aqui na Austrália (falando somente de TV aberta) e se deparar com uma quantidade enorme de seriados, documentários, telejornais, etc. dos mais diversos países de língua inglesa, tais como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, India, Escócia, Africa do Sul, Irlanda e Nova Zelândia principalmente.
Mesmo entre os profissionais de jornalismo tal intercâmbio é facilmente encontrado. Desde apresentadores de televisão britânicos até comentaristas esportivos americanos – O americano Jim Courier é o principal comentarista durante o Australian Open de tennis.
Já com o nosso português isso não acontece, pelo menos em minha percepção. Dificilmente se tem acesso à qualquer produção portuguesa na televisão ou mesmo nas livrarias (que não sejam os já mundialmente consagrados autores). Além da literatura portuguesa que temos contato na escola, os únicos poucos contatos que lembro de ter tido com o português não-brasileiro são aparições pontuais de atores portugueses na televisão aberta.
E a única vez que assisti um documentário luso-brasileiro em TV aberta, sobre a imigração portuguesa para o Rio Grande do Sul, acredite se quiser, sempre que um português falava aparecia a legenda em “português”, como se fosse uma língua totalmente imcompreensível que o entrevistado estava falando. Achei isso um absurdo total e absoluto.
“Duas grandes nações separadas somente pelo idioma” foi uma piada que ouvi o guia turístico inglês fazendo com um casal americano em Londres uma vez. No caso de Brasil e Portugal (ou qualquer outro país de língua portuguesa) isso parece ser um fato e não uma anedota.
Aqui na Austrália um fenômeno diferente parece acontecer conosco: somos todos vistos como um único grupo de “falantes de português”, o que é uma situação bem interessante e benéfica.
A comunidade portuguesa também é grande aqui em Sydney e a concentração é maior no bairro de Petersham. Por conta disso o número de brasileiros por lá também é grande. Os pontos mais conhecidos são os açougues e mini-mercados, onde se encontram lad0-a-lado tanto Sumol quanto Guaraná Antarctica; Cerveja Sagres e Skol; bacalhau português e picanha brasileira. Médicos, dentistas e psicólogos brasileiros também são mais facilmente encontrados em Petersham e são populares entre a comunidade lusa.
Uma festa anual acontece no bairro também (Food and Wine Fair – todo mês de março), com barracas de comidas portuguesas e brasileiras. Nessa festa de rua é muito comum encontrar o pessoal vestindo as camisetas das seleções brasileiras e portuguesas de futebol.
Além disso a SBS, que é uma das redes de comunicação públicas do país, oferece conteúdo em português, tanto em sua página na internet quanto nos canais de televisão. Nesse momento a gente começa a se familiarizar mais com a cultura dos outros países de língua portuguesa.
Ontem mesmo na página principal do site era possível encontrar uma chamada para a aprovação do orçamento anual do Timor Leste; notícias sobre a tentativa de isenção de visto para os brasileiros e notícias sobre os jogadores do Porto FC e do Sporting.
Na televisão pode-se assistir à um telejornal português todo final de semana. É sempre interessante ter acesso à uma mesma notícia com uma visão totalmente diferente, como é dada pelos jornalistas portugueses.
Filmes e lançamentos de livros também são ofertados de maneira conjunta para quem fala português. É mais fácil encontrar filmes portugueses em salas de cinemas em Sydney do que no Brasil. Eventualmente algum filme brasileiro também chega a ser exibido nos festivais – e atraem o público português. Dois anos atrás na exibição de “Tropa de Elite 2”, durante o Sydney Film Festival, foi possível testemunhar isso.
Foi somente aqui também que tomei conhecimento de autores moçambicanos, como Mia Couto e José Rodrigues dos Santos; portugueses como Valter Hugo Mãe e Mario de Carvalho. Com o advento dos livros eletrônicos (eBooks) o acesso à esses livros também é muito simples. Mesmo na Amazon americana é possível encontrar publicações eletrônicas em português desses autores. Na loja online da Bertrand de Lisboa é ainda mais fácil ter acesso à outras boas publicações.
Só espero que não achem que, assim como o documentário que mencionei acima, as publicações portuguesas e moçambicanas tenham que de alguma forma ser traduzida para o ‘nosso’ português para ser compreensível. Com a última reforma ortográfica a leitura desses textos ficou ainda mais natural para nós brasileiros. Além disso, as diferenças são sempre interessantes e bem-vindas.
E foi só aqui que acabei por decorar a lista de países onde se fala a nossa língua portuguesa. Tenho certeza que muito poucas pessoas no Brasil sabe essa lista de cabeça (sem checar na Wikipedia), mas aqui a gente tem que reponder essa pergunta com uma certa frequência e acaba memorizando.
Normalmente depois do “susto” ao saber que a língua oficial do Brasil é o português e não o espanhol, a próxima pergunta geralmente é: “Mas que outros países falam português?”
E pra quem não sabe a resposta: Brasil, Portugal, Timor Leste, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – além disso é também idioma oficial em Macau e Guiné Equatorial, apesar de nesses últimos dois não ser efetivamente o idioma nacional. Com isso ainda se constata que Portugal é apenas o quarto país do mundo em número de “falantes de português”, já que as populações de Angola e Moçambique são maiores que a portuguesa.
03/07/2013
Brasil na Austrália, Curiosidades Australianas 7 Comentários
Existem algumas coisas que os brasileiros acabam fazendo por aqui, na maior inocência. São pessoas que saíram do país pela primeira vez, ou que se deparam com alguma pouco usual por aqui. Difícil achar algum brasileiro que não tenha passado por pelo menos uma.
12/06/2013
Brasil na Austrália, Curiosidades Australianas, Emprego, Falando Inglês, Informações de Imigração 3 Comentários
Quais motivos fariam um estrangeiro imigrar para o Brasil?
O baixo índice de imigrantes morando no Brasil (vide post anterior); algumas notícias recentes mencionando a busca por imigrantes qualificados, como esta do Miami Herald e a discrepância percentual entre o número de imigrantes morando no Brasil e na Austrália me fizeram tentar responder essa pergunta.
Uma das maneiras de se tentar responder essa questão seria eu citar alguns dos motivos mais comuns que fizeram os brasileiros com os quais eu convivo aqui se mudarem pra cá e, em seguida, tentar fazer um paralelo com um estrangeiro procurando as mesmas coisas em um país diferente:
Se eu fosse um Australiano, nenhum dos itens acima me atrairia. Provavelmente nem mesmo a questão de oportunidades de trabalho, já que pela coluna do Miami Herald as profissões de maior demanda no Brasil (médicos, engenheiros de minas, arquitetos, etc.) são exatamente as mesmas em demanda por aqui.
Os percentuais de imposto de renda no Brasil (27,5%) e Australia (30% na minha faixa de renda) são similares. A questão financeira certamente não me atrairia, já que o salário seria em Reais.
Os imigrantes qualificados que hoje residem no Brasil também me parecem buscar justamente o que eu vim buscar aqui. Por exemplo, 94% dos médicos estrangeiros que atuam no Brasil vieram da Bolívia, Peru, Colômbia e Cuba respectivamente (vide Uol Saúde). E vieram para atuar nos grandes centros do Brasil, onde certamente se paga melhor. Creio que pessoas que têm o Espanhol como língua nativa têm uma facilidade maior de adaptação no Brasil. Além disso, o Real é uma moeda mais valorizada em relação às demais moedas latino-americanas e (apesar de tudo) certamente os grandes centros nacionais possuem uma infra-estrutura melhor que La Paz e Lima.
O aumento do percentual de imigrantes é salutar em todos os aspectos, mas os imigrantes devem vir de todas as regiões justamente pra trazer diferentes experiências e métodos de trabalhos. O número vem aumentando é verdade: em uma pesquisa de dezembro de 2012, a cada 28 novos empregos criados no Brasil, 1 era preenchido com estrangeiro. Mas, baseando-se no número de médicos do parágrafo acima, ainda é pouco e a variedade de países é muito baixa.
Como convencer profissionais cujas profissões estão em demanda simultaneamente na Austrália ou Canadá (cuja lista de profissões em demandas é também similar à lista do Miami Herald) à escolher o Brasil como destino é a grande dificuldade (minha, pelo menos). Principalmente profissionais Europeus ou Americanos (sem elitismo), que têm o inglês como primeira ou segunda língua (e não o português).
Nessa questão idiomática, mesmo comparando-se com outras economias emergentes, tais como Índia e Africa do Sul (Os “I” e “S” do BRICS), o Brasil fica em desvantagem, já que esses países têm o inglês como (uma das) suas línguas oficiais.
Na “parte 2” desse post conto um pouco da experiência que tive com estrangeiros trabalhando no Brasil (de professores à colegas de trabalho) e algumas conversas que tive com Europeus e Sul-Americanos que moram aqui na Austrália, e que tiveram oportunidades de imigrar para o Brasil, mas preferiram a Austrália. Já na “parte 3” coloco algumas idéias do que fazer para atrair mais profissionais ao Brasil.
11/06/2013
Brasil na Austrália, Curiosidades Australianas, Informações de Imigração 2 Comentários
Algum tempo atrás achei um site muito interessante com estatísticas sobre todos os imigrantes ao redor do mundo, o peoplemovin (sem o “g” mesmo). Reproduzo aqui alguns dados gerais curiosos e algumas comparações entre os dados brasileiros e australianos.
17/05/2012
Brasil na Austrália, Curiosidades Australianas 2 Comentários
Esse é um post mais teórico com relação às diferenças culturais entre Brasil e Austrália. Uma das maneiras de se analisar essas diferenças é através da “Teoria das Dimensões Culturais” proposta por Geert Hofstede na década de 70; teoria essa baseada em um ambiente organizacional (IBM no caso). Ele define 5 dimensões nas quais podemos comparar culturas:
Enfim, depois da definição de cada uma das dimensões vamos ao quadro comparativo entre Brasil e Austrália dado pelo professor Hofstede.
Analisando então dimensão por dimensão.
A Austrália apresenta uma distância ao poder menor que o Brasil, ou seja, as pessoas aqui tendem a crer que a hierarquia e o poder não significam benefícios e nem que o tratamento das pessoas tenha que ser diferenciado por conta disso. Eu concordo com isso. Um exemplo simples é o fato de a primeira-ministra do país eventualmente participar de programas de televisão, mesa-redondas, etc. sendo alvo inclusive de piadas e de perguntas bastante incisivas. No Brasil seria praticamente inconcebível a presidente participando de um programa do estilo do CQC. Nas próprias empresas os benefícios usuais encontrados no Brasil para cargos gerenciais não costumam ocorrer aqui (estacionamento pago, melhor plano de saúde, etc.).
No quesito individualismo a Austrália se mostra um país bem mais individualista que no Brasil, implicando que no Brasil as pessoas tendem a tomar decisões pensando mais no bem coletivo. Não concordo totalmente com esse ponto. Se pensarmos em termos de decisões políticas, por exemplo, a implantação de bolsas para distribuição de renda, grande participação nos lucros em algumas empresas, papel forte de sindicatos, etc. pode-se concluir que as decisões levam mais em conta o bem coletivo. Meu ponto é que isso acontece pelas razões erradas, ou seja, essas decisões tem por trás delas uma intenção de benefício individual (aumento de força política, votos, popularidade, etc.) e não o bem coletivo em si.
Dizer que a Austrália é uma sociedade mais masculina que o Brasil me surpreendeu muito. Aqui me parece que o foco em qualidade de vida é maior. Por todo o histórico de desemprego no Brasil, acredito que a competitividade é mais acirrada lá. Sem contar o fato de que pessoas com maior poder aquisitivo no Brasil certamente tem vantagens, diretas e indiretas, sobre aqueles de baixo poder aquisitivo, aumentando ainda mais as características masculinas da sociedade.
As duas últimas características podem ser agrupadas em uma mesma análise e demonstra basicamente a diferença entre primeiro e terceiro mundo. Em um país com histórico de inflação, desemprego e falta de ajuda governamental como o Brasil é normal que as pessoas tendam a arriscar menos e focar em ter uma vida segura; assegurar o sonho da casa própria; deixar algo de herança para os filhos, etc.
20/11/2011
Brasil na Austrália 1 Comentário
O último Censo apontou um número pouco maior de 7,500 brasileiros morando na Austrália.
Achava que o número seria bem maior que esse.
O número maior de sul-americanos aqui é de Chilenos – interessante.