Muita coisa pra colocar em dia aqui no blog – vamos por ordem de acontecimento.
Emprego.
Antes de sair do Brasil eu já tinha conseguido acertar um contrato de prestação de serviços com a Dell no Brasil via Stefanini, no qual eu trabalharia de remotamente aqui da Austrália, o que foi ótimo pra mim. Consegui acertar um salário que eu acreditava ser suficiente pra viver por aqui e, apesar do preço absurdo de muitas coisas por aqui, ainda acredito que seja suficiente. E além de tudo continuaria trabalhando para um lugar que eu já conheço e com pessoas que eu gosto.
Eu acreditava estar tudo em ordem, mas a verdade é que um vínculo empregatício no Brasil não serve como comprovação de renda para absolutamente nada aqui e isso estava começando a me prejudicar um pouco já. Nenhuma aplicação para locação de apartamento estava sendo aprovada com essa justificativa e nem mesmo um celular pós-pago eu estava conseguindo comprar. Todos os corretores de imóveis nos deram basicamente o mesmo feedback: Sem um emprego local e sem histórico de locação eu não ia conseguir nada.
Voltei então a entrar em contato com alguns dos recrutadores com os quais eu já havia conversado anteriormente enquanto estava no Brasil. A recepção foi super boa e em menos de uma semana acabaram surgindo oportunidades interessantes de trabalho, que me dariam um subsídio financeiro bom para poder alugar um apartamento e que também me permitiriam manter o meu trabalho remoto para a Dell.
A proposta aceita foi de um projeto de 6 meses na Australian Hearing, uma empresa que fabrica aparelhos para surdez. É uma empresa bastante interessante, que provê esse tipo de aparelho somente para pessoas abaixo de 21 anos ou acima de 65 e que recebe o pagamento dos aparelhos direto do governo via sistema público de saúde.
Sim! Aqui os aparelhos de audição, que custam entre 1,5 e 10 mil dólares, também são providos gratuitamente pelo governo, pelo menos para essa faixa da população.
O dia-a-dia vem sendo bastante corrido, já que passo toda a manhã na empresa e também o início da tarde. Chego em casa e inicio então minha segunda jornada de trabalho até mais ou menos a meia-noite.
Tem sido cansativo, mas tem valido a pena. Tenho conseguido conciliar um pouco de experiência no mercado de trabalho local, com um salário extra em dólar, com meu trabalho anterior.